top of page
Buscar

Netflix lança nova temporada de Monstro centrada em Ed Gein, o assassino que inspirou Psicose e O Massacre da Serra Elétrica

  • Redação
  • 4 de out.
  • 3 min de leitura

Atualizado: há 1 dia

Com apenas oito episódios, a produção dramatiza a trajetória sombria de Gein — de sua infância marcada pela mãe religiosa aos crimes que chocaram os Estados Unidos.


ree

A Netflix estreou, nesta sexta-feira (3), a terceira temporada da série antológica Monstro, sob o nome Monstro: A História de Ed Gein. Criada por Ryan Murphy e Ian Brennan, a série aprofunda a biografia de um dos casos mais obscuros da criminologia americana — cujos crimes serviram de inspiração para clássicos do terror como Psicose, O Massacre da Serra Elétrica e O Silêncio dos Inocentes.



Violação, obsessão e morte


Ed Gein, nascido em 1906, viveu a maior parte de sua vida recluso em uma fazenda no interior de Wisconsin. Ele cresceu sob a influência autoritária de sua mãe, Augusta Gein, que lhe transmitiu ideias religiosas extremas e um rígido cerceamento emocional. Após a morte dela, Gein mergulhou em uma existência marcada por isolamento, depressão e comportamento macabro.


Ele confessou oficialmente dois assassinatos: Mary Hogan em 1954, dona de uma taverna, e Bernice Worden em 1957, comerciante de ferragens. O desaparecimento de Worden foi o estopim para sua prisão: ao investigarem sua ausência, policiais encontraram seu corpo decapitado pendurado em um galpão de sua fazenda, além de vários artefatos feitos com pele humana e ossos.


No local, as autoridades se depararam com um verdadeiro “museu do horror”: objetos decorativos feitos de restos humanos — máscaras, móveis, utensílios — além de numerosos túmulos profanados. Embora tenha confessado os crimes, Gein foi considerado mentalmente incapaz e, em vez de ser julgado, permaneceu internado em hospitais psiquiátricos até morrer, em 1984, vítima de complicações de câncer.


Vale destacar que, sob a definição legal dos EUA, um assassino em série precisa tipicamente de três vítimas para receber tal designação — e Gein admitiu apenas duas mortes confirmadas. Por isso, há debates históricos se ele deve ser rotulado como “serial killer” ou como um criminoso singular movido por distúrbios psicológicos extremos.



Da vida real para a ficção


Na série, o papel de Ed Gein é interpretado por Charlie Hunnam, enquanto Laurie Metcalf assume o papel de sua mãe Augusta. O enredo traça desde a infância do protagonista, passando pela relação distorcida com a figura materna, até os atos mais aterrorizantes cometidos em sua fazenda isolada. A produção tem 8 episódios, cada um com duração média entre 45 e 65 minutos — somando cerca de 7h43 de exibição total.


Além de focar em Gein, a temporada também explora como seu comportamento macabro ecoou no cinema. O criador Ian Brennan chegou a mencionar o desconforto em rotular Gein como um serial killer tradicional, argumentando que sua psicologia era única e difícil de enquadrar. Críticos, no entanto, apontam que a série peca por excesso de espetáculo e sensacionalismo, explorando o horror com poucas reflexões profundas sobre seus motivos e consequências.



O legado no terror e na cultura pop


A influência de Ed Gein sobre o gênero do terror é enorme e permanece viva. Alguns dos personagens mais icônicos do cinema de horror foram inspirados por suas perversões:


  • Norman Bates (Psicose) — o vínculo doentio com a mãe e a duplicidade psicológica.

  • Leatherface (O Massacre da Serra Elétrica) — o uso de máscaras e peles humanas.

  • Buffalo Bill (O Silêncio dos Inocentes) — o conceito de “fazer uma pele de mulher” inspirado nas obsessões de Gein.


Apesar de sua história ser pouco conhecida fora dos círculos criminológicos, Gein tornou-se um arquétipo do monstro que se mistura ao cotidiano — o vizinho sombrio que esconde segredos profundos. Com a nova temporada de Monstro, sua biografia perturbadora pode ganhar ainda mais exposição — e gerar debates sobre os limites entre entretenimento, crime real e responsabilidade ética.



 
 
 

Comentários


bottom of page